O empreendedorismo tem sido o
caminho escolhido por milhares brasileiros nestes tempos economicamente difíceis.
A novidade é que um grupo cada vez maior de idosos está se aproveitando de sua experiência para abrir novos negócios.
Por Marcos Tadeu Lima(*)
Algumas pessoas após a
aposentadoria querem desfrutar e usar o momento para descansar. Entre 2012 e
2021, 12,2 milhões de brasileiros ingressaram no grupo de pessoas com 60 anos
ou mais.
A expectativa é de que esse
crescimento seja ainda mais acelerado nos próximos anos, com o maior
envelhecimento da população brasileira. Atualmente, esse grupo soma mais de 37
milhões de pessoas.
O crescimento da população
idosa indica que a chamada “economia prateada” já movimenta R$ 1,6 trilhão por
ano. Esse número poderia ser maior se houvesse mais incentivo ao consumo para
essa classe.
O referido crescimento traz a
reboque o aumento de negócios criados e geridos, com sucesso aliás, por pessoas
da 3ª idade.
Veja abaixo como este
movimento tem sido percebido por alguns estudiosos e como isso é benéfico para
a sociedade como um todo.
Empreendedorismo no Brasil
Conforme estudo feito pelo Sebrae, tendo como referência dados do
terceiro trimestre de 2021, mostra que existem 1,8 milhão de empreendedores
brasileiros com 65 anos ou mais, o que corresponde a 7,3% do total de donos de
negócios de pequeno porte.
Cinquenta por cento desses empreendedores estão na Região Sudeste, sendo
que São Paulo (29%) e Minas (10%) são os estados com maiores concentrações. Mas
o movimento está se espalhando por todo o território nacional.
Não é nenhum segredo que o
sonho de empreender faz parte dos projetos do brasileiro, ainda que, em crise,
o alto percentual se destaque por milhões de empreendedores por necessidade,
diante da escassez de trabalho.
O que não invalida o perfil
criativo, desafiador e perseverante de quem passa a ser dono do próprio
negócio. E este nicho tem sido a escolha da população acima dos 60 anos, mesmo
tendo de lidar com os obstáculos da idade, da qualificação, da inclusão no
mundo digital.
O empreendedorismo tem sido o caminho dos idosos brasileiros
após a aposentadoria. A chamada “economia prateada” só aumenta. Segundo o Oxford
Economics, a silver economy é a soma de todas as atividades
econômicas associadas às pessoas com mais de 50 anos. E os números são
inquestionáveis e comprovam tanto o acelerado crescimento numérico como o
enorme potencial qualitativo dessa faixa etária: até 2025, o mundo terá mais de
2 bilhões de pessoas acima de 60 anos, 25% da população total.
Segundo o relatório Global
Entrepreneurship Monitor, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o
Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, empreender está no “top 3”
dos principais sonhos dos brasileiros. E, de acordo com levantamento feito pelo
Sebrae, 49% dos 53 milhões de empreendedores no Brasil têm mais de 50 anos.
Por que isto ocorre? São vários motivos. Diante das dificuldades de obter um emprego formal, em virtude da crise econômica ou da idade, eles começam a pensar em empreender por necessidade financeira, já que precisam se sustentar e contribuir com os recursos financeiros da família: 76% dos brasileiros 50+ são a única ou a principal fonte de renda das residências do país.
É fato que as janelas de oportunidade de emprego no mercado tradicional
tendem a se fechar às pessoas que atingem a faixa etária próxima dos 40 anos e
essa percepção é facilmente corroborada por diversas pesquisas feitas nos
últimos anos pelos mais variados centros de estudos.
Essas pessoas têm no seu cotidiano uma vivência, muitas vezes, de 20, 25
até 30 anos de atividades laborais intensas e o sentimento de realização. Essa
ruptura acontece quando o indivíduo se vê colocado à margem do mercado de
trabalho e de certa forma até marginalizado na sociedade.
Infelizmente, o que resta é o sentimento de que a tão famosa
obsolescência programada, que é inerente a todas as coisas e produtos, os
alcançou precipitadamente.
O afastamento do trabalho, representado pela ruptura de identidade,
implica em uma reorganização do projeto de vida, processo que acarreta profundas
mudanças no cotidiano das pessoas.
No entanto, quando o chamado “empreendedorismo na melhor idade” entra
nesta equação, os resultados são totalmente opostos.
Neste novo cenário, a pessoa descobre que diante dela está o tão sonhado
'oceano azul' de possibilidades, onde ela consegue ver que não é preciso ter um
'patrão' para estar em atividade, e que pode se munir de conhecimentos aliados
à sua bagagem de vida. Na capacitação empreendedora ela consegue entender que
pode por si só, com base no seu talento.
Ao analisar os benefícios para o mercado, para a sociedade e para a
competitividade do empreendedorismo acima de 60 anos, os mais velhos apresentam
maior capacidade para superar os problemas pela experiência acumulada ao longo
da vida.
Isso por si só já seria um fator diferencial e de alavancagem para o
empreendedor acima dos 60 anos, pois o empreender tem grandes desafios e
necessita de conhecimento, o que esse público já experimentou ao longo de sua
trajetória.
Os principais entraves dos empreendedores 60+ são que a maioria fica
engessado, dentro de si mesmo e utilizando aquele processo de engavetar sonhos
e possibilidades.
É preciso tomar uma atitude. De antigas ideias e antigos modos, o que
tem que ser feito? Isso é um grande desafio.
Ter um mindset de crescimento, romper com aquela mentalidade fixa, de eu
não posso, eu não consigo, eu não dou conta, para um que diz: eu vou, eu dou
conta, eu vou vencer.
O novo mindset de crescimento diz: eu vou dar conta. É esse o grande
desafio. Acreditar. Saber, saber fazer e querer fazer.
Você está neste grupo de empreendedores experientes? se sim, esperamos que tenha absoluto sucesso em sua jornada e que sirva de exemplo e motivação para outros!
A palavra de ordem é: Nunca
desista!
(*) Marcos Tadeu Lima - Profissional com mais de 25 anos de experiência em gestão empresarial, marketing, finanças, desenvolvimento de negócios, reestruturação e mudança organizacional. Nos últimos anos, também tem ajudado novos empreendedores com mentoring, palestras, artigos, conselhos e conexões, buscando viabilizar a escalabilidade destas.
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